Publicado por: Nuno Gouveia | Abril 24, 2008

Grupos que “fogem “ de Obama

Apesar das dúvidas lançadas pela vitória de Hillary Clinton, é quase certa a nomeação de Barack Obama. Mas para os democratas vencerem em Novembro, Obama irá necessitar de penetrar melhor em alguns grupos sociais que têm estado afastados da sua candidatura. Apesar do grosso dos apoiantes de Hillary ir votar em Obama, algumas franjas poderão fugir para a abstenção ou mesmo para Mccain, o que poderá inviabilizar uma vitória democrata este ano, algo impensável há alguns meses.

Em primeiro lugar, a classe média/baixa, que vota tradicionalmente democrata, mas demonstra resistências em apoiar Obama. Nos estados industrializados da Pennsylvania e Ohio, isso foi notório. O voto dos WASP (White Anglo-Saxon Protestants) tem ido também de forma maioritária para Clinton. Os idosos não votam em Obama. Isso foi particularmente evidente na Pennsylvania. As pessoas com mais de 60 anos representaram cerca de 32% (é importante referir, contudo, que a Pennsylvania é o segundo estado mais idoso, a seguir à Florida) dos eleitores nesta primária. Destes votos, Clinton teve 62%, números bastante próximos de outros estados.

Com a polémica do “bittergate”, Obama precisará de recuperar os votos dos “churchgoers”, onde Clinton venceu na Pennsylvania com mais de 60% dos votos. Um grupo que será essencial em alguns swing states, como o Novo México ou no Nevada, são os hispânicos. E aí, Obama também tem denotado fragilidades nestas primárias. No Novo México e no Texas, Clinton teve votações na ordem dos 60% dos hispânicos. George W. Bush conseguiu excelentes resultados neste grupo étnico, mas nos últimos anos, devido às polémicas com a imigração e a guerra do Iraque, têm-se aproximado dos democratas. John Mccain, que foi um dos poucos republicanos que defendeu uma lei da imigração que concedesse amnistia aos ilegais, poderá tirar partido desta desconfiança em relação a Obama.

Como se vê, Obama, depois de arrebatar a nomeação, irá precisar de muito trabalho para derrotar Mccain. Hillary Clinton, caso o deseje, poderá ser uma importante aliada nesta batalha. Mas entretanto, a luta prosseguirá entre os dois.


Respostas

  1. Neste post estão enunciadas várias razões pelas quais a HC está em vantagem comparativamente com Obama, para derrotar McCain em Novembro.

  2. Talvez, caro Acostal,

    O problema é que HC perdeu muito em Fevereiro. E duvido, que ainda possa ganhar a nomeação sem provocar um terramoto do Partido Democrata.

  3. Neste momento parece claro que Hillary Clinton seria uma candidata mais forte para concorrer contra McCain, o que não quer dizer que o seja em Novembro…

    Por outro lado, com as prováveis vitórias de Obama na Carolina do Norte e em Indiana, a sua vantagem ao nível de ter mais delegados ainda será maior e TEM que ser o nomeado pelos Superdelegados. Não há outra hipótese!

    Obama, para ser o nomeado só tem de não dar mais tiros no pé e gerir a sua vantagem na corrida, sem provocar mais polémicas que o possam prejudicar do ponto de vista eleitoral.

    Que deixe o desespero para Hillary e a sua equipa e fale apenas no combate com McCain, ignorando a sua adversária interna, qualquer que seja a provocação…

  4. […] de Obama Arquivado como: Internacional, Política — André Azevedo Alves @ 4:58 pm Grupos que “fogem “ de Obama. Por Nuno Gouveia. Apesar das dúvidas lançadas pela vitória de Hillary Clinton, é quase certa a […]

  5. “Neste momento parece claro que Hillary Clinton seria uma candidata mais forte para concorrer contra McCain, o que não quer dizer que o seja em Novembro…”

    Pois.. Esse também é o meu estado de alma. Neste momento, Hillary surge, aparentemente, mais forte que Obama contra Mccain (Ohio, Michigan, Florida, Pennsylvania), mas a situação pode mudar. Ainda há 2/3 meses, considerava-se que era Obama quem teria mais facilidade de vencer Mccain (voto dos republicanos, independentes, possibilidade de roubar red states a um GOP dividido, etc).

    Esta está a ser uma “corrida” extremamente dinâmica, com muitas mudanças e alterações. Ainda faltam sete meses para as eleições e muito pode mudar. O que podemos fazer, e isso temos feito (incluo-me a mim e aos vários comentários que vão sendo feitos aqui) é analisar a actual situação da campanha. E permitam-me que acrescente, de uma forma extremamente eficaz.

  6. Igualmente cabe salientar que os jovens formam um grupo social que foge de Clinton, ou seja, sempre todo e qualquer candidato terá maior identificação em um determinado grupo social, isso também deve ocorrer com Mccain.

  7. Caro Roberto,

    Seja bem vindo, Roberto.

    Tem razão. Há grupos em que Hillary não consegue penetrar: jovens, classes altas, afro-americanos, licenciados.

    No fundo, os grupos sociais dividem-se no seu apoio. A questão, numa discussão sobre a elegibilidade dos candidatos, é importante verificar quais este grupos votaram em qualquer que seja o candidato democrata, ou poderão votar em Mccain, caso o seu candidato não seja nomeado.


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